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DORSAL ATLÂNTICA LYRICS

1. Meu Filho Me Vingará


[Carlos Lopes]

Desconfiado sob um céu nublado, o coração pesado nervoso
15 de agosto, o vingador pediu um revólver para matar
Entrou na casa do amante, “o cão raivoso”
Arrombou a porta com o pé. “Onde está minha mulher?”
O campeão de tiro, o jovem rival
Cometeu o crime de matar um Deus sem igual
"Odeio-te, mas te perdôo." Meu filho me vingará!
O assassino absolvido em legítima defesa
O filho do morto foi se vingar, Assim não pode ficar sete anos depois,
O amante mais uma vez arrasou os Sertões
Absolvido o maldito “O Paraíso Perdido”
O campeão de tiro, o jovem rival
Cometeu o crime de matar um Deus sem igual
"Odeio-te, mas te perdôo." Meu filho me vingará!
Um tiro no braço, que quebrou
Outro tiro no pulso direito o desarmou
Por fim alvejado nas costas
Finalizado na porta da casa
“Ao invés de mandar o fuzil para Canudos matar, deveriam mandar a escola”
“O Brasil se separa por 300 anos na história”
Canudos matou a República
A República decidiu matar o escritor
Foi armada a cilada
O sangue do Conselheiro contaminou
A alma do escritor


2. Stalingrado


[Carlos Lopes]

"Marsh Stalinskoi artillerii"
Gorit v serdtsakh u nas liubov' k zemle rodimoi,
My v smertnyi boi idiom za chest' rodnoi strany.
Pylaiut goroda, okhvachenye dymom,
Gremit v gustykh lesakh surovyi bog voiny.
Artilleristy, - Stalin dal prikaz!
Artilleristy, - zoviot Otchizna nas.
Iz mnogikh tysiach batarei
Za sliozy nashikh materei,
Za nashu Rodinu - Ogon'! Ogon'!
”March of Stalin’s artillery”
Love to our dear land burns in our hearts,
We go into a mortal battle for the honor of the native country.
Towns are blazing and are smoking,
The harsh God of War is thundering in thick forests.
Artillerymen, - Stalin gave order!
Artillerymen, - the Fatherland calls us.
So many thousand batteries,
For the tears of our mothers,
For our Motherland – Fire! Fire!
Adolf Hitler, o segundo anti Cristo
Sucessor de Napoleão
Avançou sobre o urso do leste
4 milhões e meio do Exército alemão
A Luftwaffe de von Richthofen
Lançou mil toneladas de bombas sem folga
Às portas da cidade de Stalin para arrasar o rio Volga
Stalingrado
O 6º Exército de Von Paulus irmanado
Ao 4º Panzer
Stalingrado
Ordem 227 de Stalin: "Nenhum passo para trás!"
O povo e o exército unidos: a resistência tenaz
Metro a metro, casa a casa, arames, redes e granadas
Sob a influência de urano e saturno
Milhares de corpos, baionetas e coturnos
Stalingrado
A Blitzkrieg, que tudo conquista não passou pelas ruínas
Por 6 meses não sufocou
Stalingrado
Lutem pela posse da colina Mamayev
General Vassili Chuikov
Aleksandr Vasilievsky, Georgi Zhukov, o sargento Pavlov,
Marechal Andrei Yeremenko, o franco-atirador Vasily Zaitsev
Pa para pa pá pa pará papá
Para a Stavka não havia páreo
Junto às mulheres, trabalhadores e operários
Defendam a Outubro Vermelho e a fábrica Barricada
A cidade não se rende mesmo cercada
Os arianos não aceitaram
A oferta russa de rendição
Mas sem condições, não suportaram
22 generais alemães capitularam
91 mil nazistas esfomeados
2 milhões de mortos de ambos os lados
Stalingrado suportou 199 dias
Que Berlim reze pela vida
A solução suicida
Joseph Goebbels proclamou a “guerra total”
O Exército vermelho se vingará
Stalingrado
Cumpra teu papel nobre povo russo
Desfralde a bandeira vermelha no topo do Reinstag


3. A Invasão Do Brasil


[Carlos Lopes]

O norte do planeta devastado
Bilhões de sobreviventes rumo ao sul
Agora em nome da fraternidade
O Brasil mais uma vez colonizado
Sacrificado como gado
Imigrantes como nunca se viu
Exércitos invadirão o Brasil
A invasão do Brasil
Russos e eslavos para o nordeste
Chineses e japoneses no centro oeste
O sul se tornará europeu
Americanos e mexicanos chamarão o norte de seu
Sacrificado como gado
Imigrantes como nunca se viu
Exércitos invadirão o Brasil
A invasão do Brasil


4. Eu Minto, Todo Mundo Mente, Eu Minto, Tu Mentes


[Carlos Lopes]

Felicidade é uma coisa relativa
Depende do nível de sua insanidade
Para uns é beber todas
Viver a vida louca
Para outros, obscenidade
Por dentro me corroo
Sou obrigado a rir
Para manter o nível
Desequilíbrio horrível
Isso não é guerra
É o planeta Terra
Por isso é que dá merda


5. Colonizado / Entreguista


[Carlos Lopes]

Como os índios que trocaram o Pau Brasil por espelhos
Eles nos querem de joelhos
Os atuais índios que se acham europeus
No nazismo seriam os judeus
Colonizado / escravizado / idiotizado
Entreguista / chantagista / carreirista
Manda quem pode, obedece quem tem juízo
O terceiro mundo arca com o prejuízo
O Império romano e os países periféricos
Os que resistem e os entreguistas histéricos
Colonizado / escravizado / idiotizado
Entreguista / chantagista / carreirista
Agrida um argelino em francês e erga o estandarte da águia romana em inglês
Globalização, democracia são palavras vazias


6. Corrupto Corruptor


[Carlos Lopes]

Gol feito com a mão, gritam “É Campeão!”
O motorista ciente estaciona
Na vaga pra deficiente
Dirige sem carteira alcoolizado
Atropela pelo caminho mais um inocente
Corrupto Corruptor
Corrupção é uma via de duas mãos
Um não vive sem o outro
Estuprado e estuprador
Para haver corrupção
Tem que ter corruptor
O que abre as portas: conhecimento
A prática dos 10 %
Infelizmente todos têm um preço
Devo ter tacado pedra na cruz, eu mereço
Corrupto corruptor
Superfaturado
Entregue antes do prazo
Feito às pressas
Faltando peça
Falta de comprometimento
Desmatamento
P.Q.P.!


7. 168 BPM


[Instrumental]

[Carlos Lopes]


8. Contenda


[Carlos Lopes]

Ninguém disse que seria fácil
É difícil, mas não intransponível
Você é capaz de tecer o impossível
Essa vida dura tão pouco
A palavra dura dita depressa pesa
Alma dissoluta que nada escuta
Em meio à contenda
Das duas versões se faz a lenda
Contenda!
Peço uma chance à paz
O coração sentido
Teima nobre em sonhar
A razão desconhece o que não consegue pesar
Afaste o temor que sufoca
Sopre o vento, melhor amigo de todos os tempos
A palavra dura dita depressa pesa
Alma dissoluta que nada escuta
Em meio à contenda
Das duas versões se faz a lenda
Contenda!
Peço uma chance à paz


9. Comissão Da Verdade


[Carlos Lopes]

[Dilma Rousseff:]
“O que mata na ditadura é que não há espaço pra verdade
Porque não há espaço pra vida.”
Quem mandou bater, já morreu
Não adianta reclamar
Escreveu não leu, o pau comeu
O corpo desapareceu
Pra que saber os nomes dos mandantes?
Acontece hoje, aconteceu antes
O povo não quer nem saber
Se torturam deve ter um porquê
Comissão da Verdade. Retaliação? A quem serve? À Presidente da Nação?
Empregado assalariado
De pé no trem lotado
Também é uma forma de tortura
Só depende da conjuntura
Tratar o povo como animal
Fere os direitos humanos
Toda guerra é desigual
Pra que dizer “te amo”?
Comissão da Verdade. Retaliação? A quem serve? À Presidente da Nação?

[Dilma Rousseff:]
“Qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor à democracia brasileira. Qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogadores compromete a vida dos seus iguais, entrega pessoas para serem mortas. Eu me orgulho muito de ter mentido, Senador porque mentir na tortura não é fácil! Agora... na democracia se fala a verdade, diante da tortura quem tem coragem, dignidade fala mentira.”


10. Operação Brother Sam


[Carlos Lopes]

Primeiro de abril
Presidente Goulart se viu
Frente a uma guerra civil
A Nação dividida
Duas visões suicidas
Barbaridade
Golpe ou contragolpe?
Parlamentarismo
Mero casuísmo
Pura fantasia
Completa anarquia
Quebra da hierarquia
Golpe capitalista
Os militares não permitiriam
Uma república sindicalista
Operação Brother Sam
O progresso que JK esboçou
Seria uma grande obra (com Jango)
Após o comício das reformas
Caso interesses pessoais não tivessem tomado forma
Presidente americano Lyndon Johnson, em conversa gravada em março de 1964, com George Ball, secretário de Estado:
“Devemos tomar todas as medidas possíveis, nos preparar para fazer tudo o que tivermos de fazer, como foi no Panamá. Convoque todos os que tenham imaginação e criatividade para trabalhar com os McCones (diretor da CIA), os Walters (Vernon Walters, adido militar no Brasil), os McNamaras (Robert McNamara, secretário de defesa). Vamos nos expôr um pouco se for preciso. Não podemos mais tolerar esse sujeito (João Goulart, presidente do Brasil).”


11. Jango Goulart


[Carlos Lopes]

Os militares esperavam a reação de Jango
O dispositivo militar de que falavam tanto
Os conspiradores não se preocupavam
Os americanos os apoiavam
Tramavam há meses
Para defender seus interesses
Tradição, família e propriedade
A Pax norte americana mandou
Cruzadores e porta-aviões para espalhar o terror
Quer pagar pra ver?
Rio, Santos, Recife, Brasília
Seriam bombardeadas pelos ianques
Se o presidente eleito
Tivesse feito as Reformas de Base
Para a classe média sentir-se parte do mundo
Ela trairá a nação por inteiro
Como Judas que lavou as mãos
Sacrificarão o cordeiro
Alguém duvida?
Águia abre suas asas sobre nós
Foi deposto Desprezado Martirizado Destruído
Detonado Todo fudido Exilado Todo cagado
Discurso do presidente João Goulart no Comício das Reformas em 13 de março de 1964, em frente à estação ferroviária Central do Brasil, no Rio de Janeiro.
“(...) Pela reforma da sociedade brasileira. Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação econômica, pela justiça social, e ao lado do povo, pelo progresso do Brasil.”


12. Imortais


[Carlos Lopes]

Inabalável como História
Certos da Vitória
Em busca da Verdade
Por Liberdade
Pela Honra e Glória
Fãs da DORSAL são IMORTAIS
A honra pertence a vocês
União de todos
Prova ao mundo
A força que temos todos juntos
Teu bravo filho não foge à luta
Celebra a paz conjunta



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